Promessa de lucro virou dor de cabeça
Rita Conrado l A TARDEMarco Aurélio Martins/Agência A TARDE
“Os incentivos dados para que os empreendimentos fossem para lá criaram nos empresários a ideia de que não teriam de arcar com o custo de estar no espaço histórico”, lembra Lúcia Aquino.
Dívidas - As dívidas acumuladas pelos comerciantes e locatários de imóveis administrados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) no Centro Histórico de Salvador – apenas 7,8% de um total de cerca de três mil – comprovam a afirmação de Lúcia Maria Aquino.
Em dados de junho de 2010, nos 235 imóveis sob seu gerenciamento, o Ipac contabilizou dívidas de R$ 7,7 milhões em aluguéis, que correspondem, de modo geral, a 60% do valor de mercado.
Mesmo assim, um projeto de repactuação das dívidas e anistia da correção monetária e juros foi proposto pelo Ipac e já encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Se aprovado, haverá redução de R$ 3 milhões do débito existente.
“A ideia é oxigenar as finanças do empresariado, para que assumam os custos do seu negócio”, justificou o diretor-geral do Ipac, Frederico Mendonça.
O secretário da Cultura do Estado, Márcio Meirelles, discorda da medida. “O vício é na origem. O empresário não investe no negócio que tem no Pelourinho, pois espera as benesses do governo”, assinalou o secretário.
“No entanto, faz pesados investimentos em negócios que possui em outras áreas da cidade. Anistiar é fortalecer essa prática”, avalia Meirelles, que condena o descompromisso dos empresários com o Centro Histórico.
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